segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Augusteum


"Olho para o Augusteum e penso que, no final das contas, talvez a minha vida na verdade não tenha sido tão caótica assim. É apenas este mundo que é caótico e nos traz mudanças que ninguém poderia ter previsto. O Augusteum me alerta para eu não me apegar a nenhuma idéia inútil sobre quem sou, o que represento, a quem pertenço ou que função eu poderia ter sido criada para executar. Sim, eu ontem posso ter sido um glorioso monumento a alguém - mas amanhã posso virar um depósito de fogos de artifício. Até mesmo na Cidade Eterna, diz o silencioso Augusteum, é preciso estar preparado para tumultuosas e intermináveis ondas de transformação”.

(trecho do texto de Elizabeth Gilbert, no livro “Comer, Rezar e Amar”, ao refletir sobre o monumento Augusteum, em Roma).

Acabei achando um blog que, além de ser homônimo, (http://augusteum.blogspot.com/p/augusteum.html), conta a história desse monumento que já passou por várias transformações. Dê uma olhadinha para entender melhor a metáfora cotidiana que Augusteum nos traz!

domingo, 18 de setembro de 2011

Use a fechadura!


Como o ciúme pode ser uma coisa curiosa, não é mesmo? Que sentimento esquisito! Não sou muito fã dele, na verdade, o queria ver como um sentimento inimigo que tentamos afastar o tempo todo, pois simplesmente, não vale a pena. Como uma pessoa que você odeia e não quer encontrar, conversar ou ter qualquer tipo de contato.

Mas o grande problema é que ele de forma sorrateira se instala em nosso subconsciente e nos corrói completamente. Como um ferro enferrujado, sem brilho. Assim ficamos quando o ciúme toma conta de nossa mente, corroídos pelo nosso egoísmo.

Mesmo a quilômetros de distancia sentimos ciúmes do outro, da pessoa amada. Mesmo ao lado achamos que o outro está distante. Que mente doentia é essa a nossa, hein? O tempo todo confabulando; nos achando a cereja do bolo, dignos de todas as luzes, atenções e querendo ser únicos sempre.

Mas enfim, sou ser humano. Sou como você. E sinto ciúmes. Fico insegura.

Essa noite tive um surto. Me peguei imaginando coisas. Ele numa noite, com uma cerveja na mão, entre os amigos e um olhar despretensioso. Ela passando sorrateira. Ela o desejando, mas não o cumprimentou. Ele mordia os lábios e tinha no olhar uma safada timidez, misturada com leviandade. Pensava nela nua. Queria prazer, queria se envolver. Ela voltava e ia falar com ele. Não era o estilo dele gastar horas de conversa, se justificar ou cobrar qualquer atitude dela. Orgulhoso demais para isso, portanto, pegava ela pela nuca, resumia as frivolidades da paquera e a beijava.

Enquanto isso um calor subia pelo meu corpo, com uma mistura de raiva, rancor, ressentimento e ele, sempre ele, o ciúme me devorando. Pensei em chorar, mas como? Aquilo nem estava acontecendo. Como eu poderia sofrer por uma coisa que só existia na minha imaginação?

Me senti péssima, pois tudo aquilo nem deveria estar acontecendo. E por que eu estava gastando horas da minha madrugada me contorcendo por um sentimento que eu criei na minha mente? Que mente traiçoeira! Ela nos leva para caminhos que nem sequer pensamos em escolher, ou escolhemos inconscientemente. Às vezes dá vontade de esvaziá-las e jogar todo esse lixo que aprendemos, desde que nascemos, fora.

A moral da história é que odeio quando Ele faz uma trama de ciúmes em relação a mim. Odeio quando Ele diz coisas que acha que eu fiz e, na verdade, não tem nenhuma relação com a minha verdade. E por que eu deveria fazer o mesmo com ele? Suposições, idéias, pensamentos, são só seus. Não o transfira para o outro. Confie. Pois caso o contrário viramos pessoas lunáticas que vivem no campo das suposições e dos e “se”. Vivam!

Há alguns sentimentos que devem ser abortados da mente e quando eles tentam na surdina invadirem essa “cabeça oca”: mande-os embora! E, depois disso, vá dormir e tranquem esses sentimentos nos porões da sua mente, onde não possam perturbá-los e, de forma que, não possa ouvir suas sugestões.